Pouca gente conhece de fato o que significa a cultura rastafári, que foi popularizada pelo grande Bob Marley em suas canções e também no seu estilo de vida. A compreensão de muita gente sobre a cultura rasta é a de que esse tipo de pessoa vive na Jamaica, fica maconha e tem cabelos no estilo dreadlocks. Pelo contrário, desde a origem do movimento também conhecido como rastafári, existem representantes da sua cultura na Europa, Ásia, Oceania, África, principalmente.
Para quem desconhece o conceito do tempo, o movimento decorre dos ensinamentos do grande líder jamaicano e agitador popular Marcus Garvey que defendia a ideia de que o povo africano, escravizado e retirado de suas terra natal a força para trabalharem como escravos em regiões como os Estados Unidos, mas não somente, deveria voltar para a África e fundar uma Nova África.
Essa é a ideia mais popular até os dias atuais e é possível encontrar, mesmo fora do movimento rastafári, muitos defensores de uma nova África. O próprio filme Pantera Negra, da Marvel, também defende essa ideia ao preconizar a possibilidade do povo negro se reunir e funda rum reino único e exclusivos de negros e negras na África. Porém, há defensores que acreditam que isso é impossível porque a África que os antepassados conheciam não existe mais.
Quando Tafari Makonnen, também conhecido como Rastafari, ou Rei, disse ser o legítimo herdeiro do Reino da Etiópia, muitos seguidores do movimento rastafári de Marcus acreditaram que a profecia havia sido cumprida. Dessa forma, criou-se um culto em torno da lenda de Ras Tafari, e muitos seguidores de Garvey passaram a seguir Tafari como a reencarnação de Jesus.
A maconha como vinho
Cada religião possui suas crenças e acredita em seus símbolos. No caso da religião cristã, por exemplo, acredita-se que o vinho é o sangue de cristo e quem bebe uma taça está também bebendo uma parte da vida de Jesus, que se sacrificou para que os humanos pudessem viver em país com os seus pecados, como os seguidores do cristianismo acreditam.
Da mesma forma, os rastafari acredita que a ganja, ou manconha, é uma símbolo de sua cultura e uma forma de resistência, ou seja, uma forma de pregar a paz em um mundo repleto de violência e guerras. Além disso, manter o cabelo comprido não é uma questão de se opor ao sistema capitalista, mas sim uma forma de preservar a cultura deles, pois, há relatos que muitos guerreiros do Quênia usavam rastas em seus cabelos.
A crença na época era de que os cabelos em estilo dreadlock davam poderes supremos aos guerreiros que conseguiram combater o homem branco que tentava escravizá-los com muita mais força do que o comum. Foi nesse cenário que se construiu a identidade do rastafari e que até hoje é defendi e populariza, principalmente pelos cantores de reggae, estilo de música reconhecido por sempre pregar a paz entre os homens e nunca lutar pelo orgulho ou pela vaidade, venenosos que tem destruído as civilizações há milhares de anos.